Canetas esferográficas ou esferográficas são um tipo de caneta cuja tinta umedece uma esfera rolante que desliza sobre a superficie.
Na evolução da caneta, o uso de uma esfera na ponta possibilitou um avanço que popularizou o uso deste instrumento de escrita, ao tempo em que substituía com vantagem a caneta-tinteiro.
Com a invenção da caneta as pessoas passaram e escrever cartas, postais e livros. Hoje em dia a caneta é usada nas escolas para escrever apontamentos e fazer testes.
História
O conceito de uma caneta esferográfica remonta à patente registada por John J. Loud em 30 de Outubro de 1888. Tratava-se de um produto destinado a marcar couros e não foi explorado comercialmente.
Posteriormente, o jornalista húngaro e naturalizado argentino László Bíró inventou a primeira caneta esferográfica, na década de 1930. Ele havia percebido que o tipo de tinta utilizada na impressão de jornais secava rapidamente, deixando o papel seco e livre de borrões. Imaginou então criar uma caneta utilizando o mesmo tipo de tinta. Entretanto, a tinta, espessa, não fluia de maneira regular e ele teve de projetar um novo tipo de ponta para a sua caneta. Conseguiu-o através da montagem de uma pequena esfera nessa ponta. A inovação era prática: enquanto a caneta corria pelo documento, a esfera girava no interior do bico, coletando a tinta do cartucho e depositando-a sobre o papel; complementarmente, vedava o reservatório, impedido que a tinta secasse (provocando entupimento da caneta) ou vazasse. Laszlo Biro e seu irmão Georg (um químico), entraram com um pedido de patente da sua caneta esferográfica em seu país natal, a Hungria, na França e na Suíça1 em 1938.
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, para fugir às perseguições nazistas em seu país, Laszlo e Georg tiveram que deixar a Hungria e receberam a patente em Paris. Tendo Laszlo encontrado-se ainda em 1938, com um Argentino na Iugoslávia, tendo este ficado impressionado com a invenção, convidou-o a radicar-se naquele país sul-americano. Quando instado, o estranho apresentou-se como Agustín Pedro Justo, Presidente da Argentina. Recém-chegados ao país com a ajuda de um amigo chamado Meyne, os irmãos fundaram a companhia "Biro y Meyne" em 10 de Junho de 1940, requerendo uma patente argentina em 10 de junho de 1943.
Durante a Guerra, o Governo britânico adquiriu os direitos de licenciamento desta patente dentro do chamado "esforço de guerra". ARoyal Air Force necessitava de um novo tipo de caneta, que não permitisse o escapamento de tinta em altitudes, nos aviões de caça, como as canetas-tinteiro (tinta-permanente). O bom desempenho das novas canetas para a RAF trouxe sucesso ao inventor e ao seu produto.
Em 1944 Laszlo Biro vendeu a patente do seu invento para o norte-americano Eversharp-Faber pela quantia de dois milhões de dólares, e, na Europa, ao francês Marcel Bich.
Nos Estados Unidos, a primeira caneta esferográfica a ser produzida comercialmente, que substituiria a caneta-tinteiro com sucesso, foi apresentada por Milton Reynolds, em1945. Também se baseava em uma pequena esfera que liberava uma tinta pesada e gelatinosa sobre o papel. As canetas Reynolds foram divulgadas à época como "a primeira caneta que escreve debaixo d'água", tendo sido vendidas dez mil unidades quando de seu lançamento. A marca era impressionante, uma vez que cada unidade custava cerca de US$ 10, custo devido, principalmente à nova tecnologia.
Na Europa, as primeiras canetas esferográficas acessíveis foram produzidas em 1945, por Marcel Bich, cujo mérito foi o do desenvolvimento de um processo industrial de fabricação que reduzia significativamente o custo das canetas por unidade. Em 1949, essas canetas foram lançadas comercialmente sob o nome "Bic", uma abreviação do seu sobrenome, e que era fácil de lembrar pelo público. Dez anos mais tarde, as primeiras canetas "Bic" eram lançadas no mercado norte-americano.
A princípio os consumidores norte-americanos relutaram em comprar uma caneta "Bic", já outras modelos de canetas esferográficas haviam sido lançadas sem sucesso no mercado dos EUA por outros fabricantes. Para vencer essa relutância do público, a "Bic" veiculou uma campanha em rede nacional de televisão para informar que a caneta esferográfica "escreve logo de cara, sempre!" e que seu preço era de apenas US$ 0,29. A "Bic" também veiculou anúncios televisivos que mostravam as suas esferográficas canetas sendo disparadas de espingardas, amarradas a patins de gelo e até montadas sobre britadeiras. Após um ano, a concorrência forçou a queda dos preços para US$ 0,10 por unidade. Atualmente a empresa fabrica milhões de canetas esferográficas por dia, atendendo todo o planeta.
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Caneta Espacial
A Caneta Espacial (do inglês: Space Pen, também conhecida como a Caneta dos Astronautas), comercializada pela Fisher SPACEPEN Co., é uma caneta que utiliza cartuchos pressurizados de tinta e tem a capacidade de escrever em gravidade zero, de cabeça para baixo, debaixo d'água, sobre papel molhado e gorduroso, em qualquer ângulo, e em faixas de temperatura extremas.
A Caneta Espacial Fisher foi inventada pelo industrial e fabricante da caneta Paul C. Fisher e é fabricado em Boulder City, Nevada, Estados Unidos. Canetas de outros fabricantes alegando algumas ou todas as habilidades da Caneta Espacial também têm aparecido no mercado.
Tecnologia
A esfera presente na ponta desta caneta é feita de carbeto de tungstênio e é precisamente montada para evitar vazamentos. Uma esfera deslizante separa a tinta a partir do gás pressurizado. A tinta tixotrópica fica armazenada no reservatório hermeticamente fechado e sob pressão.A caneta pode escrever em altitudes de até 3810 metros. A tinta é forçada a sair devido ao ar comprimido a uma pressão de cerca de 35 psi (kPa 240). Temperaturas de operação variam de -35 a 120 graus Celsius. A caneta tem uma vida útil estimada (sem uso) de 100 anos.
Modelos
Existem dois estilos de destaque da caneta: a caneta "AG7 Astronaut ", uma caneta retrátil com corpo longo fino em forma de uma caneta esferográfica comum, e a "bullet" que não é retrátil e tem o corpo mais curto do que as canetas comuns quando tampado, mas quando a tampa é afixada na parte traseira para a escrita assume o tamanho de uma caneta comum. Uma caneta deste modelo está em exposição permanente no Museu de Arte Moderna (Nova Iorque).
Vários dos modelos da Caneta Espacial (o modelo "Millennium" é um) são fabricados para escrever durante uma vida inteira para um usuário "médio". Como isto é muito vago, nas especificações do produto existe uma indicação de que a caneta vai escrever exatamente 30,7 milhas (cerca de 48,15 quilômetros).
Cartuchos de Recarga
Os cartuchos de recarga comuns da Caneta Espacial podem ser usados em qualquer caneta que utilize cartuchos no padrão das canetas esferográficas Parker bastando, para isso, utilizar o adaptador de plástico que é fornecido com cada recarga.
Existe uma grande variedade de cores de tinta disponíveis para os cartuchos de recarga da Caneta Espacial. Podem ser encontrados tanto os tradicionais azul e preto como cores variadas, entre elas: verde, vinho, púrpura e marrom.
Existem também alguns cartuchos especiais como o Guardião de Cheques (do inglês: Check Guardian) que possui uma tinta especial para evitar que a tinta da caneta seja removida para a adulteração de cheques.
Outro cartucho especial é aquele que escreve com tinta invisível. A única forma de visualizar aquilo que foi escrito é utilizando uma lâmpada ultravioleta.
Porque as canetas comuns não escrevem no espaço?
Aqui na terra, a gravidade puxa a tinta que está presente no reservatório de tinta das canetas comuns. Normalmente não percebemos isso pois é natural escrever com a esfera da caneta voltada para baixo. Porém ao tentar escrever de cabeça-para-baixo percebemos que as canetas comuns falham após os primeiros traços.
No espaço, enquanto os astronautas estão em órbita, não existe uma força suficientemente forte os puxando em direção à terra. O mesmo ocorre com a tinta da Caneta: como não há força puxando a tinta em direção alguma ela tende a permanecer no cartucho. Desta forma não é possível escrever no espaço com uma caneta comum.
Lenda Urbana
Existe um mito que relata que o governo dos Estados Unidos teria gasto milhões para desenvolver uma caneta que escrevesse no espaço enquanto os Russos teriam usado um lápis comum.
Este mito é completamente falso em todos os seus aspectos:
- As pesquisas para o desenvolvimento da Caneta Espacial Fisher foram inteiramente financiadas pelo seu inventor. Não houve financiamento por parte do Governo dos Estados Unidos.
- O governo Russo também comprou Canetas Espaciais para levar ao espaço em suas missões tripuladas.
Fonte: Wikipedia